Funil
Quero mergulhar no
teu ouvido
Soprar coisas doces
na tua boca
Quero ficar encantado
e louco
Quero muito e também
pouco
Matar tua sede com
vento
Ser teu sol somente à
noite
Escutar musica no
travesseiro
Lamber muito tua íris
negra
Descer toda tua roupa
ao poucos
Sorve o sal dos teus
poros
Quero ir além do
âmago latente
Quero roçar língua
nos dentes
Vazar toda tua
loucura de funil
Coar teus apelos
sempre roucos
Vou dançar nos teus
cabelos
Sentir o arfar do
respirar
Parar e somente te
olhar
Pular para dentro dos
teus braços
Sentir os toque mudos
dos dedos
Sorrir de muita
preguiça
Olhar você se banhar
Enxugar-te lá fora no
vento
Fazer o sol se
apaixonar
E nunca poder te
tocar
Somente eu serei teu
agrimensor
Serralheiro a tornear
e professor
Que tu vais de
joelhos se confessar
Coisas, te direi sem
nunca pensar
Violetas trarei, ao
acaso
Sorvente na fria
noite de ocaso
Velas e vinho só para
conversar
Musica para teus
ouvidos
E minha inspiração
viajar
Não quero muito nem
pouco
Só quero que me
deixem ser
Esse ser de todos
menos, louco
Ulisses Reis®
27/08/2012
Para Eu